Psicóloga afirma que mãe e pai precisam aprender a conciliar a educação alimentar dos filhos juntos para que as mulheres não se sobrecarreguem
Administrar a alimentação dos filhos enquanto se está longe por causa do trabalho é um dos maiores desafios das mães que trabalham fora de casa. Já existem pesquisas que apontam que as crianças com mães que trabalham fora de casa têm mais tendência à obesidade e esse é apenas um dos dilemas das mulheres modernas. Além de serem “culpadas” pela má alimentação dos filhos, elas também, em sua maioria, precisam comer fora e com isso, sem levar em conta muitos critérios consigo mesma.
Quando chegam em casa, a expectativa é que a mãe alimente seus filhos com refeições saudáveis, arrume a casa e ainda arranje um tempo de descanso para encarar mais um dia de trabalho. Para gerenciarem tudo isso sozinhas, as mães precisariam ter muito mais tempo disponível. É importante lembrar que para ter uma alimentação saudável é necessário reservar um tempo para cozinhar e preparar os alimentos corretamente. Uma rotina acelerada e cansativa pode impossibilitar as mães de terem disposição para preparar uma comida nutritiva para ela e seus filhos.
A chef focada em alimentação saudável Denise Correa explica que devido a praticidade oferecida pela indústria e falta de tempo, as mães dão preferência aos ingredientes industrializados. “Por conta da facilidade de alcance e praticidade, as mães escolhem a alternativa mais rápida e fácil para alimentar seus filhos, que são os alimentos industrializados. No entanto, não se leva em conta a alta concentração de gordura, conservantes e açúcar que esses tipos de comidas possuem. Isso gera um aumento nos problemas de obesidade, diabetes e colesterol nas crianças”, disse a chef.
Muitas mulheres encontram dificuldade em dar um jeito para conciliar as rotinas do lar e do trabalho, mas, sem uma rede de apoio, essa combinação fica mais difícil de funcionar. Infelizmente, ter filhos ainda é visto como um impedimento para o progresso da carreira profissional de muitas mulheres. São nesses casos que estabelecer uma rede de apoio para compartilhar tarefas pode ser o diferencial para para uma mãe seguir sua jornada de trabalho de modo mais leve.
A “culpa” pela má alimentação das crianças não pode ser atribuída às mulheres que trabalham fora de casa. A psicóloga da Clínica Niterói Helenice Araújo afirma que a mãe é cobrada pela sociedade. “A mulher e o homem precisam conciliar a educação alimentar dos filhos. Porém, é importante lembrar que a mulher tem jornada dupla de trabalho. A mulher precisa ser super mãe, super funcionária, super mulher. Ela não consegue dar conta da cobrança social de ser boa em todos os momentos”, disse a psicóloga.
A especialista entende que criar expectativas em relação à educação alimentar dos filhos é algo frequente entre as mães, mas é preciso tomar cuidado quando elas não são correspondidas. “É comum que as mulheres que engravidam criem expectativas em relação a criação, afeto e, principalmente, quanto a alimentação do seu filho. Diante da expectativa não realizada, a mulher cria um sentimento de tristeza ou aborrecimento, o que podemos chamar de frustração”, completou a Helenice.